Evani Calado é Esperança de Ouro para o Brasil
A paratleta Grandha, Evani Calado, chega às Paralimpíadas Tóquio-2020 após ter conquistado a medalha de ouro na última edição dos jogos, no Rio de Janeiro, em 2016. Patrocinada pela Grandha, a paratleta enfrentou muitos desafios até chegar ao lugar mais alto do pódio.
Evani Calado e a Bocha Paralímpica
A bocha paralímpica é a modalidade mais inclusiva do paradesporto. Ela possibilita que atletas com maior grau de deficiência física, como paralisia cerebral severa e tetraplégicos, participem do Movimento Paralímpico.
Evani teve seu primeiro contato com a modalidade ainda na escola, quando um professor de Educação Física decidiu que não ia deixá-la sem a parte prática das aulas. “Ele me falou que não ia me dar a nota sem fazer nada. Me falou para pesquisar sobre a bocha, fazer um relatório e disse que a minha irmã iria me ajudar. Eu achei que ele estava ficando maluco. Ele levou um cano de PVC e bolinhas de tênis para aula e foi assim que joguei bocha pela primeira vez, de forma adaptada, claro”.
A jogadora ressaltou que a atitude do professor foi totalmente diferenciada e que iniciativas como a dele são muito importantes para a inclusão por meio do esporte. “Eu ficava na sala durante as aulas de Educação Física na escola, mas esse professor me fez sair de lá. Ele se importou e estava disposto a me incluir na aula. Atitudes assim fazem toda diferença”.
Anos mais tarde, durante a faculdade de Publicidade e Propaganda, Evani foi convidada a experimentar a modalidade novamente, dessa vez já em clube. “No começo não queria ir, minha mãe insistiu. Os treinos eram sábado de manhã, eu estudava à noite e queria dormir até mais tarde no fim de semana. Por insistência da minha mãe eu fui e depois não quis mais parar de treinar”.
Medalha de Ouro nas Paralimpíadas Rio-2016
O caminho até os Jogos Paralímpicos Rio 2016 foi difícil, mas meteórico. “Eu ficava o dia todo na faculdade treinando, estudando e fazendo fisioterapia. Não podia voltar para casa porque só havia um ônibus adaptado para eu chegar até lá, mas isso não me desanimou”, ressalta. Em menos de seis anos, todo o esforço valeu a pena. Em terras cariocas, a atleta de 27 anos, Antônio Leme e Evelyn Vieira conquistaram a primeira medalha de ouro por equipes da classe BC3 do Brasil, ao vencerem a favorita Coreia do Sul por 5×2.
Evani teve participação fundamental no pódio dourado. Graças ao seu desempenho na primeira fase, o Brasil conseguiu a inédita vaga na decisão. Em Londres 2012, a equipe brasileira sequer havia conseguido se classificar para a disputa dos Jogos. “Ganhar o ouro foi um sentimento único. Pensei em cada deficiente em casa, em dar a esperança de uma vida diferente, de sonhar”, explica. Ela relembra que a torcida teve um papel fundamental na conquista. “Eu me senti abraçada pelos brasileiros. Aquele chão pulsando com as batidas dos pés dos torcedores trouxe uma energia que contagiou a todos nós”, diz.
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