Óleo Essencial de Manjericão
Historicamente, o manjericão sempre esteve presente nas práticas tradicionais de medicina oriental. No século 16, suas folhas eram usadas para tratar enxaquecas e infecções de tórax. Hoje, este óleo é utilizado no cuidado de feridas e infecções, e como um agente calmante para combater a inflamação. Além disso, auxilia na redução da fadiga adrenal e no tratamento de condições nervosas e musculares. Pode ser considerado um antibiótico natural e suas funções em nosso organismo são bastante diversas, atuando em inúmeros problemas, tal como apontado pelo periódico médico Pharmacognosy Review. O Óleo Essencial de Manjericão possui aroma quente/picante e atributo inspirador e energizante, suas propriedades diuréticas e anti-inflamatórias fazem com que tenha benefícios e aplicações múltiplas.
O manjericão (Ocimum basilicum) é uma planta herbácea, aromática e medicinal, conhecida desde a antiguidade pelos indianos, gregos, egípcios e romanos. De aroma forte e penetrante, trata-se de uma planta que apresenta um grande número de variedade e quimiotipos, mas todas com as seguintes características; crescimento ereto, atingindo alturas de variam de 0,6 a 1,0 metros, folhas predominantemente verdes, flores brancas e púrpuras com frutos do tipo aquênio, com pequenas sementes pretas e longas. São sensíveis ao frio e ao excesso de sol, requerem solo fértil, clima quente (21 a 25% C) e o plantio deve ocorrer preferencialmente no mês de setembro (início da primavera).
Devido ao grande número de variedades e quimiotipos desta espécie, é muito difícil fazer um apanhado geral sobre seu óleo essencial, ou melhor, óleos essenciais (pois podem ser diferentes, conforme o quimiotipo). E como se não bastasse, outras plantas pertencentes ao mesmo gênero Ocimum, como alfavaca-anis (Ocimum selloi), alfavaca-cravo (Ocimum gratissium) e alfavaca do mato (Ocimum carnosum), também são chamadas de “manjericão”, tornando tudo ainda mais complexo. Diante disso, será dado aqui, destaque a variedade de manjericão, “Maria Bonita”, escolhida em virtude de sua ampla disponibilidade no Brasil e pelo expressivo número de trabalhos publicados sobre ela e, consequentemente de sua importância técnica e comercial para as terapias integrativas.
Estudos e Dados Científicos do Manjericão
Um estudo publicado em 2006 na U.S. National Library of Medicine mostrou detalhes dos efeitos fisiológicos da inalação dos isômeros quirais (+) linalol e (-) linalol por humanos. Neste estudo, conduzido pelo prestigiado Dr. Hoferl, um grupo de voluntários foi submetido a estes componentes em uma concentração inferior ao limite de detecção olfativa. Ou seja, não era possível perceber, através do olfato humano, o que havia no ar. Além disto, para evitar a influência subjetiva de suas expectativas, o grupo teste também não sabia sobre qual dos componentes, e em que momento, estavam sendo expostos. Ao término, os resultados indicaram claramente que ambos os isômeros exercem efeitos no sistema endócrino, com a redução do nível de cortisol no fluido oral, induzindo assim ao relaxamento.
Ainda, o isômero (+) linalol demonstrou ser um agente ativador, quando avaliado frente à atividade eletrodérmica, aumentando o estado de alerta, e, o isômero (-) linalol demonstrou ser um agente relaxante, quando avaliado frente à atividade cardíaca, provocando o alívio do estresse. Por outro lado, o grupo controle, que nada recebeu, nenhum efeito apresentou – validando assim os resultados. Mais tarde, em 2009, um outro estudo, igualmente publicado na U.S. National Library of Medicine, também demonstrou os efeitos relaxantes via inalação do (-) linalol. Neste, ratos submetidos ao estresse por isolamento durante 2 horas apresentaram significativas alterações de parâmetros hormonais (corticosterona e adrenocorticotrófico) e sanguíneos, bem como de genes ligados ao estresse, que foram reduzidos, os quais serviram como marcadores na validação dos resultados. Diante do exposto, é possível afirmar que o cheirinho de linalol, além de delicioso, influencia diretamente o nosso organismo, ajudando a reduzir o estresse e a manter o equilíbrio emocional.
Conclusão
Nenhum outro óleo essencial se comporta tão bem e se adapta com tamanha perfeição na conexão entre outros óleos Essenciais como o do manjericão “Maria Bonita”, justamente por sua amplitude de ação com a presença de quatro diferentes componentes em percentuais equilibrados. Seu uso é estratégico e de inteligente aplicação quando corretamente combinado a outros óleos, para as mais diversas finalidades.
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